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Publicado em: 31 de março de 2025

Marketing jurídico ético amplia acesso à justiça e informação
Engajamento virtual facilita e democratiza o acesso de quem busca informações jurídicas
O marketing jurídico, quando conduzido dentro das normas da OAB, tem promovido maior acesso à informação legal e ajudado cidadãos a entenderem seus direitos. Além disso, permite que advogados se posicionem com transparência e credibilidade no ambiente digital.
Segundo o anuário Análise Advocacia, cerca de 90% dos escritórios de pequeno e médio porte no Brasil já utilizam redes sociais, com destaque para LinkedIn (95%), Instagram (66%) e Facebook (45%). Essa presença reflete a crescente busca por informações jurídicas online, tendência que se acelerou após a pandemia. Em 2023, 41% dos advogados passaram a considerar o marketing digital como essencial para seus escritórios, contra apenas 11% em 2020.
Esse engajamento virtual reflete a compreensão de que o público busca informações jurídicas online: de 2014 para 2015, por exemplo, a procura por advogados na internet cresceu cerca de 300%. Termos relacionados a serviços advocatícios já somavam dezenas de milhares de buscas mensais – apenas a palavra “advogado” registrava 74 mil pesquisas em um mês, enquanto “advogado online” aparecia em 18 mil buscas.
Para Eloir Stival Jr., especialista em performance de negócios, coordenador da Câmara de Marketing Digital da ACP – Associação Comercial do Paraná e Proprietário da EPX Digital, esse movimento empodera o cidadão e valoriza advogados que compartilham conhecimento de forma acessível. “Hoje, o primeiro ‘doutor’ consultado por muitos é o Dr. Google”, destaca ele. Estratégias como artigos, vídeos e lives educativas informam a população e ajudam a desmistificar o universo jurídico.
A OAB reforça que o marketing jurídico deve seguir padrões éticos, evitando mercantilização da profissão. O Provimento nº 205/2021 permite a divulgação de conteúdo informativo, mas veda práticas apelativas. “Informar pode, vender não”, resume Stival Jr., ressaltando que um marketing bem aplicado aproxima a Justiça do cidadão e fortalece a credibilidade dos advogados.
Estratégias éticas beneficiam advogados e cidadãos
Advogados que adotam estratégias de marketing jurídico alinhadas ao Código de Ética têm colhido resultados positivos sem “mercantilizar” a profissão. Na prática, essas iniciativas se traduzem em conteúdos educativos – artigos, guias, vídeos explicativos e presenciais online (lives) – que ajudam a população a compreender melhor seus direitos e o trabalho do advogado.
“Marketing jurídico não é propaganda vazia, e sim prestação de serviço de utilidade pública”, afirma Eloir Stival Jr. em defesa dessas práticas. “Quando um advogado explica nas redes sociais, por exemplo, como funcionam os processos de divórcio ou quais são os direitos do consumidor, ele não está apenas promovendo seu nome – ele está orientando pessoas e humanizando a Justiça.”
Informação direto da fonte
Durante a pandemia de COVID-19, quando inúmeros advogados passaram a oferecer webinars gratuitos e cartilhas online sobre direitos trabalhistas e acesso a auxílios emergenciais, essas iniciativas atingiram um público amplo via redes sociais, ajudando pessoas a entender medidas legais urgentes enquanto fortaleciam a reputação dos profissionais envolvidos.
“Ao produzir conteúdo relevante e compartilhar conhecimento jurídico de forma aberta, o advogado conquista a confiança do público e se destaca no mercado”, acrescenta Eloir Stival Jr., ressaltando que credibilidade é um dos frutos do marketing jurídico bem executado.
Estudos de mercado corroboram essa visão: nos EUA, 70% dos escritórios conseguiram novos casos por meio de seus sites, ao passo que no Brasil essa prática ainda engatinha – poucos anos atrás apenas 3% dos advogados brasileiros investiam em conteúdo educativo online, número que vem crescendo com a conscientização sobre os benefícios dessas estratégias.
Informação sem mercantilização: o marketing jurídico nas regras da OAB
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) tem um papel central na definição dos limites do marketing jurídico, garantindo que a divulgação não descambe para a mercantilização da advocacia. O Provimento n.º 205/2021 do Conselho Federal da OAB modernizou as diretrizes sobre publicidade profissional, passando a permitir expressamente práticas de marketing de conteúdo e o uso ativo ou passivo de meios de publicidade – desde que sem incentivos à captação indiscriminada ou apelo mercantilista. “Isso significa que informar pode, vender não”, resume Eloir Stival Jr., referindo-se às vedações de quaisquer slogans sensacionalistas ou ofertas de serviços jurídicos como se fossem produtos comuns.
Mais da metade dos advogados brasileiros já se mostram favoráveis à publicidade profissional em mídias sociais e tradicionais, contanto que feita dentro das regras.
“O marketing jurídico veio para tirar a advocacia da sombra, sem jamais tirar sua dignidade”, conclui Eloir Stival Jr. “Quando bem aplicado, ele aproxima a Justiça do cidadão comum. Ganha o público, que fica mais esclarecido sobre seus direitos, e ganham os advogados comprometidos, que podem mostrar seu valor pelo conhecimento que compartilham – e não por propaganda vazia.”
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